Poesia
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Mártir da Fome
por Augusto dos Anjos


Nesta da vida lúgubre caverna

De ossos e frios funerais que eu sinto

Corno um chacal saciando o eterno instinto

Vou saciando a minha Fome Eterna.


- Fome de sangue de um Passado extinto,

De extintas crenças - bacanal superna,

Horrível assim como a Hidra de Lema

E muda como o bronze de Corinto!


Ânsias de sonhos, desespero fundo!

E a alma que sonha no marnel do Mundo,

Morre de Fome pelas noites belas...


E como o Cristo - o Mártir do Calvário

Morre. E no entanto vai para o estelário

Matar a Fome num festim de estrelas!

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