Poesia
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Temerária, soberba, confiada
por Manuel Botelho de Oliveira


A um grande sujeito invejado,
e aplaudido


Temerária, soberba, confiada,
Por altiva, por densa, por lustrosa,
A exalação, a Névoa, a Mariposa,
Sobe ao Sol, cobre o dia, a luz lhe enfada.

Castigada, desfeita, malograda,
Por ousada, por débil, por briosa,
Ao raio, ao resplandor, à luz fermosa,
Cai triste, fica vã, morre abrasada.

Contra vós solicita, empenha, altera,
Vil afeto, ira cega, ação perjura,
Forte ódio, rumor falso, inveja fera.

Esta cai, morre aquele, este não dura,
Que em vós logra, em vós acha, em vós venera,
Claro Sol, dia cândido, luz pura.

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